Compartilhe:
link copiado
Ex-aluna de Medicina recebe prêmio na área de Psiquiatria
09/10/2015
Compartilhe:
O trabalho utilizou a escala brasileira CRAFFT/Cesare de triagem de adolescentes para avaliar o uso de álcool e drogas. A psiquiatra usou a escala com 2005 alunos de escolas técnicas no interior de São Paulo.
A pesquisa teve início durante a realização do meu 4º ano de Residência Médica e concluída em 2014, no mestrado. Todo o projeto surgiu a partir da crescente demanda por atendimentos e interconsultas de crianças e adolescentes relacionados ao uso de substâncias psicoativas (SPA). “Iniciou-se em 2010 um projeto piloto de atendimento em prevenção secundária de uso de SPA por adolescentes, realizado por mim e minha colega de residência Rafaella Sab no Ambulatório de Substâncias Psicoativas (ASPA) do Hospital de Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM-Unicamp), que nos abriu as portas ao atendimento breve de adolescentes em uso de risco de álcool e outras drogas. A partir dessa experiência, foi possível perceber algumas dificuldades para o acesso desses adolescentes a esse tipo de atendimento. Aparentemente a triagem em nível primário da saúde mostrou-se frágil, visto que, naquela época, a maior parte dos adolescentes era encaminhada por cirurgiões e ortopedistas que através da visita pré-anestésica, em nível hospitalar, eram informados sobre o uso de SPA”, contou Bruna.
Com a utilização do questionário foi possível identificar que 36,2% dos participantes não só utilizaram álcool e demais SPA no último ano, como também vivenciaram algum tipo de consequência em decorrência de tal uso como dirigir ou andar de carro com alguém sob efeito do álcool e/ou esquecimento e/ou percepção familiar/amigos de uso exagerado e/ou uso para relaxar e/ou encrencas. “A aplicação do questionário leva em torno de 2 minutos e a possibilidade de emprego em diferentes formatos (auto-aplicação, entrevista, computadorizada), tornam-na uma ferramenta útil na avaliação do uso de substâncias psicoativas em adolescentes. Sua utilização pode contribuir com a detecção precoce e minimização de potenciais riscos do uso de substâncias lícitas e ilícitas nesta faixa etária” concluiu Bruna.
A ex-aluna, atualmente, está no doutorado na Unicamp, dando continuidade a essa linha de pesquisa, trabalha em consultório privado e para a Prefeitura Municipal de Paulínia onde realiza atendimentos de crianças e adolescentes com transtornos mentais e em uso de SPA.
O trabalho está disponível no site Ciência e Saúde Coletiva para consulta e foi publicado em resumo expandido nos Arquivos de Neuropsiquiatria.
