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Curso de Odontologia da USF participam do Barco Hospital do HUSF
25/10/2019
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“Nosso voo de São Paulo ao estado do Pará durou seis horas. Após uma escala em Belém, desembarcamos em Santarém, onde fomos conduzidos ao Hidroterminal. Lá, a ambulância nos esperava para mais três horas de deslocamento pelo rio até Óbidos, cidade-sede do projeto. Com as etapas cumpridas, fomos acolhidos fraternalmente por uma tripulação de religiosos, técnicos de saúde e marinheiros, liderados pelo Frei Joel, que nos apresentou a infraestrutura, as acomodações e as normas de segurança do Barco Hospital Papa Francisco”, explica Dr. Miguel Haddad, antes de destacar a surpresa ao ver de perto a confirmação do ambicioso projeto.
“A infraestrutura do Barco Hospital Papa Francisco é impactante, com recursos de alta tecnologia e espaços totalmente equipados, com ambientes climatizados. Tivemos à disposição dois consultórios odontológicos e muitos instrumentais cirúrgicos. Nada faltou para que pudéssemos realizar o nosso trabalho da melhor forma e atender à população”.
Convidado pelo professor Miguel Haddad a fazer parte do projeto voluntário, Dr. Alexandre Palazzi, profissional com ampla experiência em atendimentos na Amazônia e especialista em Saúde Coletiva, Saúde Bucomaxilofacial e Dor Aerofacial, recordou as missões anteriores pela região.
“Em 1997, cumpri a minha primeira expedição em território amazônico. Como integrante do Projeto NAPRA (Núcleo de apoio à população ribeirinha da Amazônia), estive lá por seis anos. E o Barco Hospital Papa Francisco, com sua incrível modernidade, traz outro patamar de assistência à comunidade ribeirinha. Tivemos todo o apoio para a realização de cirurgias essenciais para a saúde bucal da população, afinal, os postos de atendimento ficam muito distantes. Os integrantes da comunidade precisam se deslocar por horas pelo rio para conseguir uma consulta e o trajeto, geralmente, ocorre de forma precária”.
Quando questionado sobre o momento mais marcante da expedição, Dr. Alexandre Palazzi recordou o caso de uma menina de 13 anos, moradora de uma comunidade ribeirinha próxima a Mamuru e Juruti Velho, que, surpreendentemente, pediu a extração de todos os dentes – que já estavam deteriorados.
“A menina era a última paciente do dia. O barco que a levaria de volta já estava pronto para sair. Então, fiz um trabalho nos dentes anteriores inferiores, ao passo que o Dr. Miguel Haddad restaurou os dentes superiores. Pedimos, então, que ela voltasse no dia seguinte, para a reabilitação completa da boca. Afinal, não queríamos extrair tudo. É algo que seria muito triste, ainda mais quando se trata de uma adolescente. Felizmente, os ribeirinhos viabilizaram o retorno e, assim, conseguimos cumprir o tratamento. Encontramos alguns dentinhos de estoque, realizamos coroas nos dentes anteriores e fizemos com que ela saísse extremamente feliz. É algo que ficará marcado para sempre em nossa história”.
Em nome de toda a equipe de saúde presente na expedição, Dr. Miguel Haddad enalteceu a oportunidade de integrar a tripulação – que também contou com sete médicos das mais diversas especialidades: “Sinto-me grato e satisfeito por ter vivenciado essa experiência magnífica. Certamente, todos saíram ainda mais fortalecidos profissionalmente e espiritualmente. Agradecemos, especialmente, o Frei Francisco Belotti, presidente nato da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis e meu conterrâneo de Catanduva-SP, o Frei Roberto Santos, diretor administrativo do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus, e o Frei Joel, que nos recebeu da melhor forma possível em território paraense”.
Fonte: Assessoria de Imprensa HUSF
